sábado, 4 de abril de 2015

E agora, para onde vamos?

Qual o futuro do PT? Depois de tantos escândalos de corrupção e incompetência, espero que algum lugar entre a inexistência e a insignificância. Com o enfraquecimento do partido, devem se enfraquecer também as desgastadas teorias esquerdistas, intervencionistas e desenvolvimentistas. De certa forma, esses anos que o Brasil foi governado pela esquerda foram anos de aprendizado. As pessoas razoavelmente inteligentes aprenderam que não é esse o caminho que devemos trilhar.

Capitalismo: liberdade ou degeneração?

Paralelamente, a mídia tem noticiado que é crescente o número de pessoas que se assumem abertamente como de direita. Eu me lembro décadas atrás que as pessoas ideologicamente direitistas preferiam não chamar a atenção. Findo o regime militar, ser de direita era o mesmo que ser retrógrado. Dizer-se direitista significava ressuscitar a censura e o pau-de-arara, entre outras coisas não muito singelas. Quando li na mídia que o número de direitistas estava aumentando, interpretei que eram pessoas que defendiam o liberalismo econômico e as liberdades individuais e rejeitavam ideologias coletivistas e esquerdistas. Porém observando o que as pessoas postam, curtem e compartilham nas redes sociais, desconfio que não seja bem esse o caminho que as pessoas estão seguindo.

Para mim, pessoas direitistas, que misturam religião com política e querem impor coercitivamente a todos, mesmo àqueles que não compartilham da mesma fé, seus valores religiosos, são tão detestáveis quanto comunistas de carteirinha. Em uma sociedade livre, as pessoas são livres para escolher qual religião querem praticar, ou escolher não praticar nenhuma religião. A situação fica ainda mais complicada quando a banca dos religiosos se alia à turma da bala. Por que esses dois grupos, aparentemente tão distintos, estão se unindo? Porque esses dois grupos são compostos sobretudo por pessoas obtusas, retrógradas, ignorantes e inimigas da liberdade. Religião e armas não é uma boa mistura. Ela foi experimentada no passado e continua sendo colocada em prática no presente e os resultados são sempre os piores possíveis.

Os políticos religiosos, todos ou quase todos, têm desprezo pela liberdade. Onde pessoas esclarecidas vêm liberdade e tolerância, eles vêm degeneração. São verdadeiros planificadores sociais, muito parecidos com os comunistas, acreditam ter encontrado a fórmula da felicidade eterna e querem impor sua crença a todos. Além disso, dizem que a “decadência moral” do mundo moderno foi desenvolvida por comunistas. Essa é uma tese esdrúxula e infantil. Resumidamente: os comunistas querem destruir o capitalismo, os primeiros marxistas achavam que o caminho estava na abolição da propriedade privada. Porém, acabar com a propriedade privada não é tão fácil assim, requer uma revolução e uma revolução demanda muitas vidas. Há um caminho mais curto para se chegar ao comunismo. A propriedade privada está assentada em uma instituição ainda mais poderosa: a família. Os comunistas criaram, portanto, uma subcultura que pudesse destruir a família e abrir o caminho para o comunismo, sem necessidade de uma revolução. Portanto, o divórcio, o casamento gay, o movimento feminista, a legalização do aborto, a legalização do uso de drogas, entre outras coisas, são produtos do marxismo cultural.

O que os políticos religiosos estão fazendo é dando um verniz intelectual em suas teses medievais. Não acredito que intelectuais marxistas tenham tido essa influência tão grande na forma como as pessoas pensam e levam suas vidas no mundo moderno. O capitalismo está profundamente associado à liberdade. É natural que, à medida que capitalismo se desenvolva, a sociedade se torne mais aberta e tolerante. Os grandes teóricos da economia de mercado eram todos libertários. Os reformadores sociais religiosos desejam combater o marxismo cultural, mas quais são seus fundamentados filosóficos? Na verdade, eles não têm. Fundamentam seus argumentos em textos eclesiásticos escritos há mais de dois mil anos. Alguma semelhança com o Estado Islâmico, Al-Qaeda ou Boko Haram? 

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