No final do século XVIII, o
professor de filosofia Adam Smith percebeu que o mundo estava passando por uma
profunda transformação. Era o início da Revolução Industrial e do liberalismo
econômico. Smith, que futuramente viria a ser conhecido como pai da economia, chamou
aquele novo sistema de produção de sociedade comercial – o termo capitalismo
somente iria surgir quase cem anos depois.
Economia de mercado, o caminho da prosperidade
A Revolução Industrial
começou no século XVIII e nunca mais parou. Se durante o feudalismo, a Europa
ficou imersa em um sono profundo de mil anos, com o capitalismo tudo iria
mudar. A capacidade que o capitalismo tem de produzir e inovar é avassaladora. Informática,
internet e celulares são uma prova disso.
O mundo dos anos 1970 era
totalmente diferente do mundo de hoje. Naquela época, poucas pessoas tinham
automóvel, telefone, máquina de lavar roupas, forno de microondas etc. Esses
produtos eram considerados artigos de luxo, coisa de gente rica. Também não
eram todos que tinham televisão e essas eram somente em preto e branco. Ter uma
TV com cinqüenta canais era algo inimaginável. Na minha cidade, havia apenas um
único canal de televisão, o canal quatro ou TV Tupi.
Eu me lembro que nos anos
1980 comprei uma calculadora científica e parcelei para pagar, acho que em doze
vezes. Uma calculadora científica naquela época custava bem caro, hoje custa
por volta de quarenta reais. Também nos anos 1980, comprei um vídeo cassete e,
acreditem ou não, comprei através de um consórcio.
Muito bem, o que explica
essa capacidade das economias de mercado de inovar, produzir e tornar as
mercadorias cada vez melhores e mais baratas? Existem três fatores que são fundamentais
nesse processo: a busca pelo lucro, a concorrência e o sistema de preços. Adam
Smith dizia, as pessoas são essencialmente egoístas e estão sempre em busca do
interesse pessoal, mas, apesar disso, essa atitude egoísta faz com que todos
contribuam para o bem estar social. Smith dizia que não era da benevolência do
açougueiro, do padeiro ou do cervejeiro que ele esperava obter seu jantar.
Essas pessoas eram guiadas por interesses egoístas e interesseiros, mas
involuntariamente eram guiadas por uma “mão invisível” para produzir um
benefício social.
A concorrência é outro fator
primordial. Quando não existe concorrência, as pessoas ficam preguiçosas e
acomodadas. Um bom exemplo disso é a indústria brasileira antes da abertura
comercial promovida nos anos 1990. O mercado fortemente protegido deixou os
industriais preguiçosos e nos obrigava a consumir produtos caros e de baixa
qualidade. Quem viveu essa época vai se lembrar do presidente Fernando Collor dizendo
que os carros brasileiros eram verdadeiras carroças. Collor foi um péssimo
presidente, mas sua afirmação sobre a indústria automobilística brasileira
estava totalmente correta.
Finalmente, temos o sistema
de preços. Em qualquer sociedade, as pessoas têm de decidir o que e o quanto
vai ser produzido. Em uma economia de mercado, os preços sinalizam para os
agentes econômicos o que eles devem produzir. Se há escassez de uma mercadoria,
seu preço aumenta, produzir esse bem torna-se mais lucrativo e isso atrai
pessoas para esse setor. Se há excesso de uma mercadoria, os preços caem e as
pessoas tendem a sair desse setor. Ou seja, os preços sinalizam para os agentes
econômicos o que deve e o que não deve ser produzido.
Apesar de tudo isso, ainda
existem pessoas que são contrárias à economia de mercado e defendem o modelo
socialista e o planejamento econômico. Essas pessoas olham para as mazelas
sociais do Brasil e dos países em desenvolvimento em geral e acreditam que o
capitalismo é o grande responsável por situações de pobreza e desigualdade.
Essas pessoas não conseguem entender que a pobreza extrema é causada pela falta
de capitalismo e não por excesso. Países pobres possuem instituições
deficientes que impedem que as forças de mercado operem livremente.
Todos países que
substituíram o mercado pelo planejamento econômico fracassaram. Vou comentar
apenas dois casos sobre as aberrações produzidas pela planificação da economia.
Na Polônia, durante o regime comunista, planificadores tiveram uma idéia
genial. Como a Polônia tem muito carvão mineral, eles passaram a usar esse
carvão em estufas para produzir frutas tropicais. De forma bem simples,
passaram a usar algo caro (carvão mineral) para produzir algo barato (banana).
Se os poloneses exportassem carvão, poderiam importar muito mais frutas que
produzindo através de estufas. Ou seja, os poloneses, mediante a planificação
econômica, encontraram uma forma eficiente de destruir valor.
Bem, se você ainda acha que
o planejamento econômico funciona, segue mais um exemplo. Quando houve a
distensão do regime soviético, em meados dos anos 1980, assisti a uma
reportagem que me deixou bem impressionado. Uma cidade da União Soviética era a
campeã mundial de abortos. Qual a causa disso? Muito simples. Os planificadores
entenderam que era necessário cuidar da saúde da população. Construíram e
equiparam hospitais, formaram médicos, mas se esqueceram de produzir algo
simples e barato chamado preservativo. Resultado, os casais não tinham meios de
evitar a gravidez, mas contavam com um aparato estatal eficiente para
“consertar” ex post o problema.
Resumindo, a economia de
mercado é o caminho para um mundo mais próspero. Se eu não fui capaz de te
convencer, sugiro que você assista ao vídeo abaixo. A partir de um simples
lápis, Milton Friedman dá uma aula magnífica de como o capitalismo funciona.
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